quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Sem Acordo na 1ª Verdurada Salvador (2000)

Sem Acordo - I Verdurada Salvador

Lá pelo final dos anos 90, em uma edição do diário Telefanzine, o apresentador (Ednílson Sacramento) anuncia a criação de um selo em Salvador especializado em punk rock e hardcore. O selo era o Estopim, que mais tarde se tornaria loja de cd’s/camisetas e estúdio. A partir do selo, tocado por um jovem straight edge chamado Fabiano, o cenário punk da terra do axé sofreu várias transformações e foi inundado por uma diversidade sobrenatural de produções deste estilo. 

Na verdade, esta vasta história merece um capítulo em especial que em alguma oportunidade será contada como forma de registrar uma época frutífera que serviu como divisor de águas em relação ao que era feito antes e depois da cena straight edge nesta nefasta cidade.

Esta pequena introdução surgiu como forma de contextualizar esta postagem. Há pouco tempo, o não tão jovem Fabiano Passos resolveu revirar seu acervo pessoal e acabou encontrando ótimos registros daquela época. O primeiro da lista resultou em postagem para o YouTube em que mostra à apresentação da extinta banda SemAcordo (grupo que Fabiano integrou tocando guitarra – como registrado no vídeo), na I Verdurada local, em outubro de 2000, no antigo e efervescente Ex-Passo Cultural.

O registro mostra uma fase visceral do grupo que mais tarde se tornaria na nacionalmente conhecida Lumpen. Vi o vídeo um dia desses e achei que seria legal compartilhar aqui no FDP. A baixa qualidade do vídeo é por motivos óbvios: tempo de vida, fita, iluminação... etc. Mas creio que o que vale mesmo é registrar a apresentação de um dos grupos mais intensos que o espírito do hardcore baiano gerou. 
No evento: discursos certeiros, intervenções poéticas e música punk sem acordo com a hipocrisia social.

Sem Acordo no vídeo é: Robson Véio no vocal, Fabiano na guitarra, Rangel Blequimobiu no baixo e João Paulo na bateria.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Documentário - Rock do Subúrbio

Inquietamente anárquico, o poeta, músico e agora documentarista, CR Mosca, brinda os que se interessam pela história da cultura alternativa da terra do dendê com mais uma produção independente e instigante. Nesse novo empreendimento, Mosca "despretensiosamente" apresenta o vídeo-documentário Rock do Subúrbio, a saga das bandas Revolta Suburbana, Quatro Elementos e AI-5, do bairro de São Caetano.


Rock do Subúrbio - Abertura


Rock do Subúrbio - Primeira parte



CONTINUA...

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Malaco Véio – Revolucionando o cotidiano

A Malaco Véio é uma banda lá de Ribeira do Pombal, cerca de 300 km da capital baiana. O power-trio executa um punk rock/hardcore com fortes influências dos grupos dos anos 80. Considerada pioneira na cena rock da cidade, a Malaco Véio extermina o marasmo do interior do estado com a criatividade e a atitude punk.

Em 2002, lançaram um CD-Demo com 8 canções que externavam críticas político-sociais e os anseios humanísticos dos componentes. Já em 2008, foi registrada a apresentação na 5ª edição do Festival Eventual Rock, e em 2011, lançaram o CD “Ao Vivo no Punk Caverna”, registro de uma sessão de ensaio. Consta ainda no currículo da MV, a participação nas coletâneas virtuais “Saindo do Ócio” e “Incomodando”, ambas de 2010, e “Punkhardcorecrust”, de 2011.

Ao longo do tempo se apresentaram em vários festivais da região, destaque para o Boicote Rock (Serrinha), Feira Rock Festival (Feira de Santana), Zé Rock (Teofilândia), além do já citado Eventual Rock (Ribeira do Pombal). Além de tocar, os integrantes costumam organizar e produzir eventos na cidade como o Sexta HC e o Pombal Rock Express Festival.
Assim, a Malaco Véio vai “revolucionando o cotidiano com resistência e ousadia”, como definem sua trajetória.

Malaco Véio é: Ricardo (Vc/ Bx), Marco (Gt) e Juninho (Bt).


Contato: Facebook 



segunda-feira, 5 de agosto de 2013

IMPRESSÕES SOBRE: Incubadora Sonora em Periperi

FDP/Incubadora Sonora
Já faz um tempo que o blog não cobre eventos pelos picos das periferias de Soterópolis. Não por falta de vontade, mas os afazeres do cotidiano é que estão consumindo o andamento deste veículo de proletariado (Isso não é uma justificativa, acho).  
No domingo (28), resolvi dar um pulinho no vizinho bairro de Periperi, mas precisamente no restaurante Bonapettit, para acompanhar a edição local do projeto Incubadora Sonora. O projeto, financiado via edital, movimentou a cidade nos últimos meses com processo de escolha de bandas oriundas das periferias locais.
Assim, as apresentações, ocorridas no mês de julho, passaram por vários bairros mostrando o trabalho de grupos novos e outros já rodados. Exemplo disso foi o casting apresentado em Periperi: Irmão Carlos e O Catado, completando dez anos, e a banda local O Terreiro.

FDP/Irmão Carlos & O Catado
Os sons

Marcado para começar às 14h, o som foi rolar mesmo lá pelas 15h30, mas tudo bem, como uma das atrações previstas (Alexandra Pessoa) não se apresentou, perdoa-se. Os primeiros sinais sonoros da tarde foram do soul - mezzo rock - do Irmão Carlos e O Catado. Muito suingue com letras inteligentes que em alguns momentos remetiam ao ex-Titã, Arnaldo Antunes e o saudoso Itamar Assumpção – espero não ter viajado demais na livre associação. Som super bacana de uma banda que completa dez anos com muita competência. Destaque para as releituras de Sossego, de Tim Maia, e Um Lugar do Caralho, dos gaúchos da Júpiter Maçã, com a participação nos vocais de Rodrigo Chagas, dos Honkers.

FDP/O Terreiro
Após o show do Irmão, foi a vez de ser apresentado à musicalidade da banda O Terreiro. Massa o clima que tomou conta do espaço. Os rapazes são de casa e a galera tava jogando junto. O grupo faz uma mistureba sonora que vai do ijexá ao rock, passando pelo reggae e soul – mas o tom maior mesmo vinha da percussão fazendo forte referência aos terreiros de candomblé. Musicas dançantes e cantantes, tendo como adorno os vocais de fundo da plateia. Impossível não associar O Terreiro com os cariocas d’O Rappa. E essa impressão ficou maior quando tocaram Meu Mundo é o Barro, de Falcão & Cia. Mesmo assim, ainda achei a proposta neo ijexá interessante.

FDP/Público
O projeto Incubadora Sonora 2013 acabou no domingo (4), edição de aniversário do Irmão Carlos e O Catado, lá no Marback, onde costumam deixar  Faustão Falando Sozinho. E que assim seja por muito mais tempo.

domingo, 26 de maio de 2013

Sessão do Descarrego: ARQUIVO MORTO

A Arquivo Morto é uma banda de música ligeira lá da periferia de Paulista, Região Metropolitana de Recife, Pernambuco. O som é um hardcore rápido e tosco com influências que vão do Grind ao Crustcore com aquele jeitão Power-violence de ser, ou seja, coisas pra quem quer dormir na santa paz. A banda foi formada em 2001 e apesar de tentar incluir outros integrantes, consolidou-se como um power-trio. O grupo busca sonorizar os problemas do cotidiano periférico como forma de escapar de uma rotina que impulsiona ao marasmo, e consegue passar o sentimento de forma clara (e ruidosa) na demo ‘Falsa Democracia’, de 2007, orgulhosamente disponível nesta Sessão do Descarrego.

Arquivo Morto é: Guill (guitarra e vocais), Júlio (baixo) e Whent (bateria). 


Pra quem curte sonoridade rápida, direta, suja e agressiva...

sábado, 11 de maio de 2013

Sessão do Descarrego: Banda ALUGA-SE


O dia em que a terra parou num Woodstock suburbano

Esses dias estava lembrando da banda Aluga-se e do seu belíssimo serviço prestado para o rock'in roll local. Consultei meu caixote de discos e descobri que não tinha o registro da banda, mas com a ajuda do amigo Marcos ‘Túmulo’ consegui uma cópia. A bolacha contém as composições que embalaram shows históricos desta, que muitos acreditam ser a melhor em covers do ‘Maluco Beleza’. Quando digo shows históricos, me refiro às performáticas apresentações no Palco do Rock e dos inúmeros shows pelo interior do estado, gentilmente relatados pelos amigos e ex-integrantes da banda, Antônio (Pimpão) e Sinho (Cara de Pino).
Apesar do reconhecimento e da bagagem que a Aluga-se adquiriu com o passar dos anos, a apresentação mais marcante pra mim e para outros foi uma acontecida em, sei lá, acho que em 96 ou 97. Era um som armado na casa de Dejanilson (guitarra e vocal da banda), ainda em Paripe, num chuvoso sábado à noite. A chuva deu um toque de Woodstock suburbano e o som armado entre quintais, varais e lama rendeu momentos hilários com um ébrio (Tota, sempre ele) querendo roubar à cena. Sob a ameaça eminente de choques, por conta da combinação água e aparelhagem, o repertório foi composto por clássicos de Raul Seixas e as primeiras músicas autorais de Deja & Cia. Além de convidados e familiares, estavam presentes as bandas: Êxtase (tempos depois, Led faria parte da Aluga-se), Hímen Complacente e D'Fezes.

Infelizmente não consegui o título das canções. Mas, deixa de ser chato e...



sexta-feira, 10 de maio de 2013

DIVULGASOM: Crust Or Die apresenta Gig Punk

O coletivo Crust Or Die e o Denis Bar mais uma vez unem as forças para proporcionar momentos intensos do resistente movimento punk de Salvador e Simões Filho. A próxima gig punk no local reunirá as bandas: Rancor, Agnósia, Sbórnia Social, Orelha Seca e a veterana Neurastenia.
Formada no início dos anos 90, a Neurastenia é uma principais bandas vinculadas ao Movimento Anarco Punk (MAP) de Salvador. Hardcore oitentista com forte discurso político e social.
“Reagrupar amigos, simpatizantes do som e recolocar na ordem do dia a necessidade de se posicionar diante das relações sociais e as novas formas de dominação e desigualdades na conjuntura atual”, sintetizou o vocalista Grito sobre a intenção do encontro. A última apresentação da Neurastenia foi em 2010, no giro do grupo venezuelano Amordazados.


CRUST OR DIE apresenta GIG PUNK

Neurastenia
Rancor 
Orelha Seca
Sbórnia Social
Agnósia
__________________________________

Denis Bar - Pitanguinha - Simões Filho
01 de Junho de 2013 / 16h
R$: 6,00  

domingo, 28 de abril de 2013

Entrevista: George Porciuncula - Estúdio31


Fruto de um sonho antigo, o Estúdio31 é o mais novo espaço de apoio para bandas de todas as vertentes musicais do Subúrbio. Bati um papo com George, o realizador desse sonho, pra ele expressar o significado desse empreendimento feito com muito suor e amor à música.

Divulgação
  
Fanzine Digital Periférico - Quando surgiu a ideia de montar o estúdio? E o que te motivou?
George Porciuncula - Eu tinha vontade de fazer por gostar de música e por precisar às vezes de um estúdio e não conseguir. Há mais de 10 anos sentia vontade de fazer. Sempre achei interessante trabalhar com música, e há uns três anos vinha construindo e ainda não terminei tudo.

FDP - E o estúdio é em sua casa?
GP - Sim, é em cima da garagem daqui de casa.

FDP – Rolou um apoio ou foi na cara e na coragem?
GP – Olha, eu lutei pra fazer isso. Muitos profissionais me enrolaram e deixaram serviços maus feitos. Gastei uma grana danada, entrei num estresse e ainda tenho me chateado com alguns lances. Mas sem três amigos inseparáveis eu não terminaria isso. Nos conhecemos desde ‘pivetão’, e temos uma banda juntos (Tallowah). Não esperava que os caras fossem tão incríveis: Ivan (Busta Almeida), Meu irmão Jonathas (Jack Ufo) e Edmílson (Misso Cunha). Te juro, só terminei por causa deles.

Estúdio31 - Divulgação

FDP - Quais os estilos musicais que o estúdio pretende acolher?
GP - Existe uma dúvida, velho. Eu construí com a intenção de alugar para bandas de rock, metal, reggae, e outros estilos voltados para o underground. E estou ainda com essa intenção. Mas, tenho escutado vários conselhos e dicas de amigos que tem e tiveram estúdio...

FDP - Eles te aconselham a ceder o espaço para estilos variados pela questão do retorno financeiro?
GP – Sim. Quando você começa a construir a ideia é uma, você quer que só toque o som que você gosta. Mas para terminar é uma pendenga. Você termina e não tem como não se endividar.

FDP - E como está sendo a recepção das bandas? Já tá rolando uns ensaios?
GP - Poxa, as bandas que vieram amaram. Pois na verdade trabalhei com coisas de primeira. Quem fez o trabalho da acústica foi o Luiz Carlos Araújo, que trabalha com isso há mais de 20 anos. Ele fez estúdios famosos pra gente como Milton Nascimento, Saulo Fernandes, Psirico, rádios em São Paulo...

George por Lenon Reis

FDP – Vai ser possível fazer gravação também?
GP - Ainda não tenho como trabalhar com gravação. Mas a ideia é essa.

FDP - Quais as bandas que já estão ensaiando no 31?
GP - A Sbórnia Social (hardcore), Banda Palmares (reggae), Master of All (cover do Metallica) e uma de Paripe chamada Cogumelos Podres (punk rock). Também uns três rapazes fazendo Arrocha.

FDP - Planos para o futuro?
GP - Busta tá com uma ideia legal. Assim que o estúdio estiver todo perfeito faremos uma rádio online, onde as bandas vão ensaiar e transmitiremos ao vivo, ou faremos uma página no YouTube.


FDP - Pronto, pode vender seu peixe. Qual a localização do estúdio? E quais os valores? Contatos...
GP - O estúdio fica após o final de linha de Plataforma, depois da Rua Chile, atrás do bar do Jessé. Pergunta no bar onde fica a casa de Jorge Fotógrafo. Lá no número 31 - origem do nome do estúdio.
Valores: 1 hora é R$15, 2h é R$30 e 3h é R$40. 


Telefones para contato: (71) – 8747-2919 / 8351-7909 / 9348-4410 / 9913-6359


O blog deseja boa sorte e longa vida ao Estúdio31!

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

SESSÃO DO DESCARREGO: Sem Acordo


SEM ACORDO
xX HARDCORE Xx

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A FOME
SONHOS CONCRETOS
QUILOMBO CECÍLIA
SOB OS CAMINHOS DA INCERTEZA
EU TE AMO
PALAVRAS
IDEAL
DIREITO DE MATAR
GLOBALIZANDO A MORTE
JÁ BASTA!