quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

RESENHANDO: EP Engrenagem - Sbórnia Social

Engrenagem é o primeiro registro da banda de Hardcore soteropolitana, Sbórnia Social. O EP conta com sete músicas, além de uma faixa introdutória. O trio formado por Rafael Medeiros (guitarra e voz), Marília Melo (baixo) e Lenon Reis (bateria e voz), apresenta um som rápido, bem executado e sem firulas. Em alguns momentos chegam a flertar com outros estilos como o Grindcore e o Crossover, além de sons incidentais irônicos como o Samba. Desde a mudança que incluiu o nome (antes, Alienados do Subúrbio) e a presença de Marília, a Sbórnia Social vem propondo enxertos musicais que vão além da música Punk. As letras abordam o cotidiano, e são direcionadas para o cunho social, cultural e críticas ao comportamento humano. Destacam-se no EP Engrenagem, as músicas: Cultura de Massa, Trabalhadores Oprimidos e Monopólio - essa última com um ótimo refrão. Vale o destaque também para a arte da capa: Uma engrenagem mecânica e um indivíduo enforcado pela mesma - bela analogia com o sistema capitalista. No fim da audição do EP fica aquele gostinho de quero mais, que pode ser saciado nos diversos sons que a banda vem fazendo pela cidade. Pra quem curte Hardcore brasileiro tipo: Ratos de Porão, DFC, Ataque Periférico e Mukeka di Rato, Engrenagem é uma boa pedida.


Baixe na Sessão do Descarrego - Sbórnia Social - Engrenagem

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

IMPRESSÕES SOBRE: Antes do Fim do Mundo

Antes do Fim do Mundo / Foto: Lenon Reis
Segundo a cultura Maia, o mundo tem o seus dias contados até o próximo dia 21. Verdade ou não, a galera da Cidade Baixa resolveu antecipar as despedidas com a realização do som intitulado: Antes do Fim do Mundo. Anti-show estilo intervenção urbana, às margens da rua principal do Caminho de Areia. Do tipo, a galera passando nos carros e buzus sem entender o que se passava por ali.

A primeira atração da tarde, a KALMIA, chegou sem pedir licença nem desejar boa tarde pra ninguém. A falta de cerimônia talvez se justifique pela essência old school do trio, com sonoridade marcada pela levada D-beat e Thrash dos anos oitenta. Trata-se de uma banda nova, mas que possui em sua linha de frente o vocalista e guitarrista Diogo (Pingo), velho conhecido na cena punk de SSA. Covers de Anti-Cimex, Sodom, Armagedom e uma banda finlandesa daquelas que entender o nome depois de algumas cervejas é foda. Destaque para a música “Redes Sociais”, que rendeu comentário de um ‘engraçadinho’ no microfone: “Curtimos a canção, obrigado por compartilhar com a gente”, ironizou. Gostei muito do som.

Em seguida, outra pedrada hardcore. A SBÓRNIA SOCIAL assumiu a aparelhagem com a velocidade habitual, e quando muitos dos presentes foram se situar os jovens já estavam na terceira música. O repertório ficou meio espremido por conta dos atrasos no início do som, e por isso, as bandas tiveram de fazer adequações. Passaram as músicas do EP recém-lançado, o Engrenagem, mais algumas, e covers matadores que tiraram a galera do estado letárgico. Bonito ver a galera dividindo o microfone pra cantar junto sons clássicos como Botas, Fuzis e Capacetes, do Olho Seco.

Kalmia / Foto: Lenon Reis
Interessante ver que alguns personagens de uma geração anterior não sucumbiram aos apelos da vida comum. É a impressão que sentimos quando temos a possibilidade de ver a apresentação de bandas como a TEDIUM VITAE. Banda das antigas, que teve várias formações, mas que agora se resume a uma dupla. Punk Rock clássico de Salvador, com toques de Distúrbio e Revolução Proletária. O Punk Rock não morreu.

A UNKILLED é uma banda nova, formado por pessoas novas, fazendo um som velho - mas em evidência. O grupo segue a linha Thrash / Crossover, e obedece bem a cartilha do estilo. Gostaria de destacar a performance elétrica do jovem baterista e os riffs trhasheiros do guitar. No entanto, os jovens precisam investir um pouco mais nos ensaios para não se perderem no meio das músicas e letras. No mais, a Unkilled é uma banda promissora.

Encontro de gerações / Foto: Lenon Reis
Já era noite e os rumores indicavam para a não participação da GREDLOCKLOCORE no som. Isso, porque o baterista da banda não deu as caras. Em cima da hora conseguiram improvisar um batera (Pingo), e a partir de negociação com os donos do espaço, conseguiram tempo para tocar cinco músicas. A Gredlock é uma das sobras dos anos 90, e particularmente, a postura politicamente incorreta do grupo me agrada. A musicalidade tem algo que me lembra a finada Bosta Rala, só que sem os grinds. Som punk sujo, rasteiro, com uma base tosca convidando pra pogar na maciota. O vocalista Bujão é um capítulo a parte; figura mesmo.

O som terminou lá pelas 19h, e o único fator que poderia ser repensado é quanto à localização, tão próxima a uma via de grande circulação. Teve um carinha que deu altos sustos na galera por conta de seu estado etílico, ao bambear rente aos carros. Pra ele sim, o mundo quase acaba. Fora isso, foi lindo ver o rock interferindo na normalidade de um domingo à tarde.

sábado, 3 de novembro de 2012

Clipe: Sbórnia Social - Cultura da Massa


Primeiro Videoclipe da banda de Hardcore Sbórnia Social!


Clip produzido pela Quem é Doido? Vídeos!

Banda: Sbórnia Social
Música: Cultura de massa
Integrantes: Rafael Medeiros (guitarra e voz), Marilia Melo (baixo), Lenon Reis (Bateria)


TÉCNICO
Direção e edição: Lenon reis
Fotografia: Lenon Reis, Marilia Melo

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

IMPRESSÕES SOBRE: Subúrbio Hardcore Attack


05 de agosto – Domingo ensolarado no subúrbio da capital baiana, e enquanto todo cidadão de bem estava aproveitando sua folga lá pelas praias de Tubarão e São Tomé, ou no cabaré de Orlando, o bando da Quem é Doido? propunha uma diferente opção. O aguardado Subúrbio Hardcore Attack, que apostou em uma divulgação ousada, tornara-se enfim uma realidade. De cara, confesso que fiquei surpreso com o local do som, discreto até para os transeuntes (como eu) da Avenida Afrânio Peixoto, a popular suburbana. Era como se aquele portão e a curta escadaria, num canto do Luso, nos transportassem para um mundo paralelo – o nosso mundo. Esquecendo esse papo de second life, vamos lá.


A banda Cogumelos Podres foi à primeira atração da tarde. Com um punk rock cheio de energia e acordes ramônicos, o quarteto paripense proporcionou algo que há tempos não se via no subúrbio - o surgimento de novas bandas neste estilo. Sangue novo fazendo som. Músicas convidativas para o pogo e refrões que grudam na cabeça são a tônica deste grupo composto por três caras e uma mina. Como toda banda nova que se preze, alguns covers foram devidamente executados. Alguns agradaram a galera, outros não. Destaque para o vocal da jovem.

Segunda atração da tarde, assim como no som do dia anterior em Simões Filho, a M.D.C. é a responsável pela catástrofe que se iniciaria a partir daqueles instantes. Definitivamente, não tem como dizer que o ambiente é o mesmo quando os caras começam a tocar. Ainda bem que o público notou isso, o que gerou uma bela comunhão. No som do dia anterior, senti a falta do contrabaixo (tocam sem), já em Plataforma acho que isso propiciou uma qualidade ímpar. Rolou espaço para um cover do Hutt. Destaco a ótima sincronia dos vocais, além do intrigante magnetismo entre Caio e o chão (o que gera um trocadilho supimpa). Pensei em resenhar a banda apenas com um sem comentários, mas preferi escrever essas linhas e resumir: do caralho.


Enquanto o público se refazia da apresentação anterior, a Ironbound tinha a responsabilidade de dar continuidade ao ritmo intenso do festival. No início, sentiu-se um ligeiro cansaço do público, mas nada que bons riffs e refrões não resolvessem. O som começou meio embolado, mas foi logo sanado pela galera que dava apoio. Tocaram as músicas dos EPs, mais alguns sons que estarão no próximo trabalho, além de covers de Slayer, Metallica e Motorhead. A esta altura ninguém mais fazia referência à palavra cansaço, e o stage dive seguia como uma atração à parte. Se o Atlético de Alagoinhas jogasse futebol como a Ironbound faz thrash / crossover, a dupla BA x VI teria graves problemas no Baianão.

Tocando praticamente no quintal de casa, a Sbórnia Social foi a seguinte a passar seu recado. Devido os constantes ensaios realizados para o já gravado EP da banda; Rafael, Lenon e Marília estão com uma pegada cada vez mais entrosada ao vivo. Uma música atrás da outra, sem muita conversa. Sons como Desde o Início e Cultura de Massa são as pistas para o material que será lançado em breve. Tocaram os mesmos covers da noite anterior em Simões, porém, Couch Slouch do DRI causou certa histeria no público. 


O clima era de fim de festa quando a Theóryca (ex-Base Zero) começou a tocar. O grupo adota a linha melódica com letras bem cantadas por Rodrigo e com refrões em coro, bem diferente da linha das outras atrações. Porém, as músicas quebradas não ajudaram a segurar o público, que a esta altura deixava o recinto, com exceção de uma meia dúzia que balançava os esqueletos e cantava junto. O show seguiu morno até o fim.

Fim do 1° Subúrbio Hardcore Attack, mais uma iniciativa produzida na cara e na coragem baseada na cooperação dos chegados. Parabéns ao público presente, as bandas envolvidas, e a banquinha Crust or Die (rangos, cd’s, lp’s...).

Fotos: Quem é Doido? Vídeos.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

IMPRESSÕES SOBRE: Respire Seu Próprio Veneno


Sábado - 04 de agosto. Seguindo pelas estradas do CIA, rumo a Simões Filho, num fim de tarde nublado como um sentimento reprimido que só receberia alívio com uma forte chuva, ou com gritos e acordes de fúria. O destino era a Associação de Moradores da Pitanguinha Nova, local do som, com as bandas: Expurgado, M.D.C., Egrégora, Sbórnia Social e Devouring.


Chegando ao espaço, a Expurgado já recepcionava o público com seu grindcore destruidor. Formada por figuras conhecidas como Maldito (Rancor) e Tovar (Bosta Rala (rip), Into the Corpse), a banda fez um set comprimido por conta do novo baixista que ainda não tinha o repertório completo na ponta dos dedos. Músicas ultra-rápidas e o vocal gutural de Maldito marcaram a apresentação desta experiente banda.


Já era início de noite quando a M.D.C. iniciava sua sessão de sons no estilo velocidade da luz. Seguindo a linha grind da banda anterior, esses verdadeiros mensageiros do caos foram os primeiros a assanhar o público com um desempenho vigoroso, principalmente o vocalista Caio que ganhou de brinde uns arranhões na performance cantar e rolar no chão. Já tinha ouvido bons comentários sobre os caras, mas vê-los ao vivo mostrou que o estilo grindcore possui competentes representantes em nossa cena.


Encerrada a primeira etapa composta por petardos moedores, era chegada à hora da banda Egrégora dar a voz. O grupo uniu velocidade e cadencia, além de uma energia típica das melhores bandas deste estilo. O instrumental muito bem executado servia como pano de fundo para o vocal intenso da Carol. Infelizmente na apresentação da Egrégora o publico estava meio disperso. Mesmo assim, a energia apresentada da banda foi mais que suficiente para transmitir boas vibrações.


Eis que esse malaco véio que os escreve tem mais uma vez a alcunha de resenhar algo sobre a Sbónia Social. Como havia dito pro Rafael (guitarra e vocal), já me sinto suspeito para tal tarefa. Isso, porque acompanho a banda desde o início e vejo-os evoluir a cada dia. De cara, foi à banda que mais agitou o público, o que mostra que o hardcore da velha escola não está tão degradado assim. Destaque para a inclusão de Marília nos vocais, que era uma reivindicação antiga da galera. Fizeram covers do DRI, Vitamin X e Ratos de Porão – este no bis. A apresentação da Sbórnia foi resumida no fim da última microfonia, que teve o silêncio quebrado por uma garota no público que largou um espontâneo “arrasou!”.


A última atração do evento foi Devouring, um power-trio death metal bastante competente. A banda chegou ao evento com a moral de ter aberto o recente show da banda paulistana Claustrofobia, em Salvador. Som bem entrosado com um ótimo vocal gutural, pena que a quantidade de fãs deste estilo não estivesse em maior volume (nem o fato de ser a única banda local do evento ajudou), o que rendeu uma apresentação para simples apreciação dos poucos que resistiam no espaço. 

Antes do término da apresentação da Devouring foi a hora de ir embora, já que em Simões Filho, ou volta de carro ou a carruagem virá o derradeiro buzu das 21h. Então, já fui banda mel.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

ARTIGO DE LIXO


Participar de um movimento alternativo requer bem mais do que o simples fato de freqüentar eventos deste tipo. As inúmeras possibilidades que estão disponíveis se apresentam como forma de desenvolver a criatividade, além de servirem como uma vitrine de ideias. Muitas pessoas entendem de cara o recado e mergulham num mar riquíssimo, desenvolvendo as próprias potencialidades e, as do tal movimento. Daí, a importância de formar bandas, escrever fanzines (musicais, políticos, poéticos...), organizar shows, produzir vestimentas, pintar, grafitar, cozinhar, vender, comprar; enfim, fazer nossa pequena engrenagem acontecer. Estar integrado é bem mais do que ir a pequenos shows das bandas dos amigos e venerar algo que é dispensável. Forme sua banda e expresse sua ideologia, ou, traga algo novo para confrontar-se com o que não concorda. Furte o microfone e declame poesias que contem algo sobre amor e liberdade. Pinte os muros da passividade com o neo-surrealismo urbano em cores berrantes. Fotografe o caos cotidiano em um ensaio que servirá como relato dos derradeiros dias. Desenvolva artesanatos, e pela primeira vez respire o ar da independência. Faça você mesmo e sentirás o sentido de tudo isso.


Recicle suas ideias

segunda-feira, 2 de julho de 2012

DIVULGA'SOM: TUNA em Cruz das Almas

De férias em Cruz das Almas, tenho a honra de divulgar mais um evento promovido pela iniciativa independente. O Rock Bar & o coletivo Crust Or Die apresentam mais uma gig, desta vez abrindo espaço para o giro da banda paulistana TuNa. Mais um encontro em prol dos pensamentos e atitudes anarquistas que se tornaram característicos da 'Cidade do Rock', no recôncavo baiano.
 

  
TUNA (São Paulo)
RANCOR

AGNÓSIA
EXCLUSOS




DIA 22 DE JULHO (DOMINGO)
CASA DE DINHO BATERA (ROCK BAR)
A PARTIR DAS 14HRS - APENAS 5 REAIS
CRUZ DAS ALMAS - BAHIA

terça-feira, 26 de junho de 2012

DIVULGA'SOM: Subúrbio Hardcore Attack


Subúrbio Hardcore Attack é o mais novo evento do barulho reacionário da periferia de Salvador. Mais um anti-show organizado pela Quem é Doido? Vídeos, com a intenção de ser realizado com regularidade ainda não definida.
O festival surge no bairro de Plataforma preenchendo o espaço deixado pelo tradicional Pôr do Sol Hardcore, que permanece por um tempo em repouso.
Em um espaço propositalmente reduzido, a interação entre o público e as bandas deve beirar a coexistência, tornando a ideia bem mais pulsante do que é visto atualmente nos sons locais. 
Apesar das naturais expectativas, o Subúrbio Hardcore Attack não foi desenvolvido em um laboratório, não existem fórmulas, apenas a necessidade de fazer as coisas acontecerem, assim como no caos cotidiano das cidades, assim como em nossas vidas. Ao ataque!

Local: Espaço do Negão (Largo do Luso | Plataforma) 

Data: 05 / 08 , às 13h.

Com as Bandas: Sbórnia Social / Ironbound / M.D.C. / Theóryca / Cogumelos Podres / Última Tragada.

R$7,00

segunda-feira, 30 de abril de 2012

DEVER DE CASA: Ironbound


Após um bom tempo sob o massacre do cotidiano, aqui estamos, dando prosseguimento a nossa série de entrevistas conhecida como DEVER DE CASA. A bola da vez é a banda IRONBOUND, da cidade de Alagoinhas (BA), que apesar do pouco tempo de existência está trabalhando pesado para conquistar seu lugar ao sol. O quinteto formado por: Angello Júnior (Vc), André Fiscina (Bx), Raul Barreto (Bt), Kenion Nascimento (Gt) e Daniel Menezes (Gt), vem se destacando com seu Thrash/Crossover, tornando-se uma das maiores referências deste estilo no Estado.

1 - Quando e como surgiu a ideia de formar a Ironbound?

Angello Júnior: A concepção da Ironbound ocorreu em meados do segundo semestre de 2010, quando a ideia ainda era de iniciar um projeto voltado à execução de covers de bandas de Thrash Metal, desde as mais clássicas e consagradas às mais obscuras. Entre 2003 e 2009 havíamos trabalhado com a Sick Life, banda cujo foco sempre foi o trabalho autoral; com o encerramento das atividades da Sick Life, concordamos que seria divertido investir em algo que nos proporcionasse uma liberdade maior para tocar músicas de bandas das quais sempre gostamos, sem que estivéssemos presos ao compromisso de compor com freqüência. No entanto, durante os últimos meses de 2010, enquanto tentávamos amadurecer a ideia do projeto de covers, continuamos a compor individualmente. Quando reunimos este material e avaliamos o seu conteúdo, sabíamos que não poderíamos descartá-lo, que deveríamos aproveitá-lo de alguma maneira. Então, em janeiro de 2011, quando entramos em estúdio pela primeira vez, já havíamos abandonado os planos de seguir como uma banda cover, e passamos a priorizar novamente o trabalho autoral. 

Raul Barreto: Quando encerramos as atividades da Sick Life, achei até que nunca mais voltaria à tocar com banda; quase um ano se passou e Júnior apareceu em minha casa falando que queria retomar as atividades com um novo projeto, mas nada sério, só para preencher aquele vazio que ficou entre cada um. No fim das contas, eu, Júnior, Kenion e Renato, todos ex-integrantes da Sick Life, resolvemos fazer um som, tocando covers. Chegamos a ensaiar várias vezes, até que um dia Kenion fez uma composição e resolvemos trabalhar em cima daquilo; o resultado foi foda, e foi dessa composição que resultou a faixa-título do nosso primeiro EP. Foi aí que começamos a compor e dar continuidade ao trabalho, buscando criar uma identidade para a banda. Houve algumas mudanças de membros, como a chegada de André (também ex-Sick Life) no lugar de Renato, e a entrada de Daniel, resultando na atual formação da banda. 

 2 - Falem um pouco sobre a cena rocker de Alagoinhas?

André Fiscina: A cena aqui já foi bem mais forte, principalmente na década de 80, início dos 90, sempre com um ciclo de bandas e eventos aparecendo e sumindo. Desde o final dos 90 até o momento, venho acompanhando e eu vejo que houve muita produção na cidade, várias bandas surgiram, e nunca houveram duas bandas com a mesma proposta de sonoridade, sempre com influências e trabalhos diferentes entre si. Isso torna a coisa mais legal, porque tem espaço pra todos. Hoje em dia não sei bem quantas bandas estão em atividade, mais posso contar, além da Ironbound, a Nute, Inventura, Traquebomba, Sr. Mais Velho, Aborígines, e a mais nova banda em atividade é a Epidemic Terror, de Death Metal.

Raul: A cena da nossa cidade, infelizmente, não é das melhores, mas até que ultimamente tem rolado alguns eventos - do final do ano passado pra os dias atuais - e isso já é um grande avanço. Os eventos aqui são feitos na base do famoso “Do It Yourself”, porque se fosse para depender de programas culturais, patrocínios ou coisa do tipo, pode ter certeza que não sairíamos do zero. Então, sempre quando pode alguém junta uma grana, aluga espaço, equipamento de som, e reúne a galera pra fazer acontecer. O que está faltando mesmo é espaço para as bandas, um lugar em que pelo menos uma vez no mês elas se apresentem. Isso seria fundamental para atrair e ganhar mais público, motivando o surgimento de novas bandas e, consequentemente, ajudaria a cena a crescer.

 3 - Logo no primeiro ano de formação vocês lançaram dois EPs, falem sobre esses trabalhos?

Júnior: O primeiro ano de atividades da Ironbound foi marcado principalmente por trabalho em estúdio, sobretudo ensaios e pré-produções. Era algo que havíamos planejado desde o início, uma vez que o objetivo era compor material próprio, aperfeiçoar o nível de execução desse material, e gravá-lo. Em Março de 2011 contávamos com algumas músicas finalizadas, e, principalmente, já nos sentíamos preparados para iniciar o processo de gravação do primeiro EP, que acabou sendo o “Máquina da Morte”. É um registro coeso e que cumpriu a sua função de apresentar a banda ao público, porque deixou bem clara a nossa proposta de combinar riffs e refrões. Tivemos uma excelente recepção por parte do público, que não somente baixou as músicas via internet, mas também nos enviou seu feedback através de mensagens de apoio. Com a boa repercussão deste primeiro material em blogs e redes sociais, resolvemos dar continuidade ao processo de gravação já em julho, que foi quando começamos as sessões de pré-produção para o EP “Unidos Pelo Ódio", o qual ao meu ver mantém intacta a nossa proposta, com o diferencial de ser mais abrangente, uma vez que o processo de composição das quatro faixas contou com a participação de toda a banda, a interação entre nós foi maior, e conseqüentemente a interação e a dinâmica entre as músicas também é mais intensa.


4 - Qual o foco nas letras da banda?

Júnior: O fato de optarmos por priorizar o Português como idioma de grande parte das nossas músicas, se por um lado permitiu maior liberdade e dinamicidade para expressar ideias, por outro exigiu maior rigor e cuidado tanto com a forma como colocaríamos as coisas, quanto com a escolha dos temas que abordaríamos. A minha ideia sempre foi de criar letras cujos temas pudessem interagir com a nossa música, e sendo a nossa música áspera, ríspida e em certo ponto violenta, era uma oportunidade de escancarar, de reescrever, à nossa maneira, alguns eventos marcantes ocorridos em função, principalmente, da política norte-americana, do imperialismo, que é um tema sobre o qual particularmente gosto de pesquisar. Para que o resultado pudesse ter uma base argumentativa mais sólida, sem no entanto deixar de soar direto e agressivo, recorri a alguns documentários nos quais estão baseadas boa parte das nossas letras, tendo sido alguns filmes do jornalista australiano John Pilger a base da pesquisa e criação.    

5 - Como está sendo a relação da Ironbound com a internet como veículo de divulgação?
 
Júnior: A Internet tem sido a principal mídia através da qual divulgamos o nosso som. Em se tratando de custo/benefício, provavelmente tenha sido a mídia mais viável para bandas independentes nos últimos cinco anos, porque permite que você leve a música da tua banda a mais pessoas e a diferentes lugares através dos arquivos digitais. Temos trabalhado na divulgação do nosso material através das redes sociais, em comunidades e grupos específicos, e o resultado tem sido positivo. Sites como o Youtube, por exemplo, oferecem facilidade de acesso e interatividade. A grande quantidade de blogs, que hospedam desde e-zines a páginas pessoais, também têm ajudado bastante a difundir nosso trabalho, em muitos deles é bem fácil encontrar os dois EP’s para download.   

Raul: Tem sido muito bom, superou até um pouco as minhas expectativas, tivemos muitos comentários positivos, inclusive alguns meses após o lançamento de “Máquina da Morte” fui fazer uma pesquisa no Google sobre a banda para ver se encontrava alguma coisa relacionada, e não sei como... o nosso EP estava em vários blogs, alguns gringos - da Rússia e na Espanha. Ficamos muito gratos, acho que não tinha nem dois meses de lançado, isso foi uma coisa que nos deixou muito felizes porque mesmo fazendo um som cantado em Português a galera lá curtiu. Sem falar também da matéria sobre a banda que saiu no respeitado site Whiplash, graças ao Christiano, dono do blog “Som Extremo” - aproveito para agradecer mais uma vez a ele pela matéria e pelo excelente trabalho.


6 - A Ironbound se apresentou recentemente em cidades como Salvador e Simões Filho, como está sendo a recepção por parte do público? A relação com outras bandas? E como está sendo a experiência pra vocês?

Júnior: Foram passagens muito positivas em cada lugar nos quais tivemos a oportunidade de tocar. É gratificante e divertido poder apresentar o nosso trabalho em diferentes cidades do nosso estado. Cada evento é uma nova oportunidade de conhecer pessoas e fazer contatos importantes, e também de rever e dividir o palco/espaço com amigos e bandas parceiras. Em Salvador, tocamos em evento que contou com a Lei do Cão, e a isso graças aos parceiros da Sbórnia Social, que têm nos apoiado e com a qual tivemos a satisfação de tocar algumas vezes. Em Simões Filho, foram duas visitas até então, ambas bem-sucedidas, uma vez que contamos com o apoio do público – que participou e interagiu conosco nos shows – , dos nossos amigos da Brain In Flames e do pessoal da Crust Or Die (Blog e Distro). Também passamos por Esplanada, Pojuca e Santa Bárbara, e em todas as ocasiões pudemos agregar experiências positivas. Só temos a agradecer às pessoas que nos proporcionaram estar em cada um destes lugares, e às tantas que nos motivam a seguir em frente.  


André: Foram dois shows brutais, pessoal se acabando no Mosh bem do jeito que a gente gosta de ver. Em Salvador foi um prazer dividir o palco com a Lei do Cão e a Sbórnia Social, e tomar aquele sol todo pra fazer o som para a galera. Queremos voltar sempre que possível pra revê-los e continuar a propagar o nosso som.



7 - O que vocês acham dessa nova evidência do Thrash Metal? E, a quê vocês creditam isto?
 
Júnior: Quando o trabalho é bem feito, apoiado e divulgado, a tendência é que acabe se destacando. O Heavy Metal em geral sobreviveu a um período negro, em que pequenos selos fecharam as portas, grandes gravadoras mudaram o foco das suas prioridades, e inúmeras bandas vieram a decretar o fim das suas atividades – muitas das que resistiram passaram a apresentar trabalhos pouco inspirados, algumas até redirecionando a proposta para estilos mais comerciais. Acredito que a reviravolta tenha ocorrido principalmente porque as bandas voltaram a fazer aquilo que sempre souberam fazer, voltaram a acreditar novamente em sua música, e apresentar material de qualidade novamente. Muitas bandas veteranas retomaram as atividades, outras tantas surgiram para somar forças e agregar credibilidade ao Thrash Metal. A consolidação dos arquivos digitais e sua disseminação também foi fundamental, acabando com a festa das gravadoras e permitindo maior independência às bandas, e desde então tem ajudado demais àquelas que sabem utilizar o mp3, por exemplo, como uma ferramenta poderosa no processo de divulgação. 

André: Acho que essa evidência é normal, rolam esses ciclos na mídia rockeira, daqui a um tempo pode ser que ninguém mais queria saber de Thrash novamente! Tem muitas bandas novas resgatando o estilo, e outras que já existem desde quando o estilo estava em baixa e não deixaram a thrasheira morrer. Mas não somos desse lance de estar na tendência, em ir com a onda, a gente já escuta Thrash desde muito tempo, principalmente eu e Angello, correndo atrás de clássicos do estilo em sebos, antes de mp3 e coisas do tipo, então nada mais normal que o som que dá tesão da gente fazer seja Thrash/Crossover. 

8 - Quais os planos para um futuro próximo?

Júnior: Recentemente iniciamos a gravação do nosso terceiro registro. O processo ainda está na fase inicial, mas desta vez pretendemos registrar um número maior de faixas, e algum material extra, como músicas extraídas de shows ou material áudio/visual. Por isso mesmo, precisaremos de um tempo maior para viabilizá-lo, e ainda não existe uma previsão de quando o disco estará finalizado. Queremos, também, disponibilizar camisas e patches da banda. E, é claro, continuar levando nosso som à lugares diferentes, através de shows.

André: Lembrando também que estaremos retornando à Esplanada, em 26 de maio. E que em breve teremos novos shows confirmados, é só ficar ligado, pois divulgaremos no Facebook, Orkut e Myspace!
 


9 - O Ecos da Periferia gostaria de agradecer a participação de vocês. Querem deixar suas considerações finais?
 
Júnior: Agradeço ao zine Ecos da Periferia pela oportunidade de falarmos um pouco sobre nosso trabalho. Parabéns, sigam firmes com a proposta de vocês! Meu muito obrigado também a todos que têm nos apoiado, tanto o público que vai aos shows e baixam nossas músicas, quanto às bandas parceiras. Keep on thrashin’!!

Raul: Valeu ao espaço que vocês concederam, valeu mesmo, são pessoas como vocês que fazem o cenário permanecer na ativa, continuem com esse trabalho do caralho que vocês fazem. Agradeço também a todos que sempre acreditaram e apoiaram a banda.


*Fotos: Divulgação / Quem é Doido? / Ecos da Periferia.

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Sessão do Descarrego:
EP - Máquina da Morte 
EP - Unidos pelo Ódio

Nas Sociais:
Site: Trama Virtual
Comunidade: Orkut
Perfil: Facebook

E-mail: ironboundbr@hotmail.com    

sábado, 14 de abril de 2012

DISPOR - Disposição Punk

Para quem insiste em dizer que o punk acabou, aqui está um soco na fuça. Os jovens da Dispor utilizam todo clichê da música punk a seu favor, abusando do minimalismo enérgico e vigoroso de outrora. Com ideologia fortemente calcada nos escritos anarquistas de Emma Goldman, os vocais gritados de Valéria e Antônio expressam todo o ódio causado pelas imposições do mundo capitalista. A verdade com que as letras são cantadas e a pegada crua no som, nos transportam para outros tempos em que o hardcore realmente representava uma ameaça para os valores pré-estabelecidos. Se pudéssemos colocar o amor, o ódio e o desejo libertário expressos pela Dispor em um liquidificador, certamente teríamos como resultado uma farta dose de verdade contra-cultural, como o punk deve oferecer. Completam a banda, Priscila (bx), Rodrigo (gt) e Diogo (bt).


Split - Dispor (BA) e Tropical Youth (DF): Sessão do Descarrego - Split
Mais informações: Oficial Web
Contato: disporpunk@gmail.com

sexta-feira, 9 de março de 2012

PASTEL DE MIOLOS - Demo Tape'96

Na metade da década de 90, o cenário rock em Salvador passou por um dos momentos mais férteis de sua existência. Naquele período, a MTV dava as caras por esses lados e novas visões musicais estavam ao alcance de quase todos. Várias tribos e várias filosofias pipocavam chocando-se com velhas referências que acabavam provocando novas linguagens. 

Mas, enquanto essas transformações construíam a cena alternativa da cidade, três jovens (até então), em Lauro de Freitas, Região Metropolitana de Salvador, meio que alheios às tendências, iniciavam uma das histórias mais verdadeiras do rock baiano, história tosca, com o indigesto título: Pastel de Miolos.
  
De lá pra cá, são mais de 15 anos de Punk Rock / Hardcore em estado visceral. Resistência que rendeu para o power trio (Alysson, Wilson e Alex) o respeito de um fiel público, conquistado a partir de diversos materiais gravados e shows memoráveis.

Comemorando esta trajetória de fidelidade ao underground, a banda Pastel de Miolos disponibilizou a primeira Demo Tape para download. Nesta DT, ouvimos uma PDM como um diamante esperando para ser lapidado. Mas, não esperando alguém lapidá-lo, e sim, lapidando-se através de experimentos e vivências do cotidiano. Apreciem o Punk Rock como Antigamente, feito antigamente.


segunda-feira, 5 de março de 2012

Uma alegoria carnavalesca?

O roqueiro soteropolitano parece finalmente estar sintonizado com o mecanismo carnavalesco. Isso, por enxergamos esse fenômeno festivo como uma oportunidade para as pessoas serem o que geralmente não são, mas gostariam de ser.

Sempre associado à liberdade, o público rocker vem sofrendo significativas mudanças no quesito ideologia. Parece estar tão ocupado com a vida social e suas prisões, que só consegue tornar-se liberto nos dias de Carnaval. Durante todo o ano, shows alternativos são produzidos na cidade, com bandas locais, nacionais e até gringas, e o que se vê, ou pior, o que não se vê é o público (com exceção de bandas midiáticas).

Mas no Carnaval é diferente. A maior evento local, o Palco do Rock, revela um público que não atua durante o decorrer do ano. Parte das pessoas que lotam o coqueiral de Piatã parecem que, pelo fato de estarem distantes dos shows de rock na cidade (repito, eles acontecem), elegem o espaço como um centro de auto-exorcismo, com direito a brigas gratuitas e demais bobeiras. Infelizmente, isso acaba transparecendo uma espécie de alegoria carnavalesca, aquela que é retirada do armário uma vez por ano.

Dessa forma, na quarta-feira de cinzas, em uma apuração imaginária, os votos da escola de samba dos Roqueiros Atuais seriam avaliados assim:

Alegoria, dez!
Atitude, zero!

E, chora cavaco.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

TAMBÉM SOMOS QUILOMBO RIO DOS MACACOS


O Quilombo Rio dos Macacos comporta uma das comunidades com herança escrava mais antigas do país. Localizada entre Salvador e Simões Filho, a área pertencente à Marinha do Brasil é reinvidicada com o intuito de expansão de um condomínio habitacional destinado a seus oficiais. 

Vários grupos socias estão se mobilizando com objetivo de frear esta ação militar que fere diretamente os direitos fundamentais de mais de 40 famílias que vivem no local. As pessoas que lá habitam, algumas com mais de 100 anos, ensaiam resistência nas terras em que vivem, inclusive, com reconhecimento da Fundação Palmares - uma instituição pública ligada ao Ministério da Cultura que tem a finalidade de preservar e promover a cultura afro-brasileira. 

Atualmente, a comunidade quilombola Rio dos Macacos vive ameaçada, cercada e vigiada por militares dentro das matas, o que aumenta o clima de temor. As pessoas não saem de suas casas com medo de não encontrá-las na volta. A Marinha do Brasil pretende expulsar as famílias da vila no próximo dia 4 de março, o que agrava a situação. 

 
Quilombo Rio dos Macacos

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

COQUEIRAL PUNK ROCK FEST

A MOVIMENTAÇÃO
Tarde de segunda-feira (20), enquanto as chamas do inferno carnavalesco fritavam as almas nas avenidas da vida; logo ali, em um certo coqueiral, as faíscas de um tal 'faça voçê mesmo' reaçendiam a nostalgia dos mais saudosistas. Lembrando a antiga, porém eficaz, atitude de produzir os próprios sons em locais públicos, as bandas Sbórnia Social e Identidade Ignorada se uniram para quebrar o silêncio e a apatia no acampamento do Palco do Rock 2012, na praia de Piatã.

Ambas residentes na periférica Suburbana, e com integrantes acampados no local, não mediram esforços para reviver o que só havia sido feito pela extinta banda Cova Rasa, ao apresentar-se sob a faixa - "O alternativo do alternativo", anos atrás.  
SBÓRNIA SOCIAL
Os equipamentos montados ao lado do campping atraiam roqueiros e curiosos, que aos poucos se aproximavam e buscavam refúgio ante o sol escaldante. Após alguns ajustes, a Sbórnia, seguida pela Identidade, apresentaram seus repertórios em pouco mais de 1h30, repletos de punk rock's gritados e diretos, com direito a jam session no final. Pode não ter sido a melhor performance desses grupos, mas creio que isso era o que menos importava nesta memorável iniciativa.
IDENTIDADE IGNORADA
No improviso, passando por obstáculos e contando com a ajuda de amigos, as referidas bandas acenderam o alerta para o comodismo que domina o rock atual. E se alguém um dia disse "do it yourself", pois bem, eles fizeram.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

PROJETO MUSIARTE - O Retorno

O projeto Musiarte está de volta a partir do próximo domingo (05), no bar de Tia Dedé, São Caetano. 
Driblando a inatividade, este evento que ficou marcado pela mistura de expressões artísticas retorna para preencher a lacuna existente nas tardes de domingo. 
Só para refrescar a cuca, já passaram pelo Musiarte além dos anfitriões da banda Confusão, os grupos: The Honkers, Rancor, Último Grito, Derrube o Muro, e Amordazados (VEN). 
A versão 2012, apresenta um Musiarte mais intimista, com sons acústicos e recitais poéticos - espaço aberto para quem tiver interesse em provocar sensações através das palavras.


Engarrafe suas emoções libertárias e despeje-as em nossas vidas.


PROJETO MUSIARTE
DATA: 05/02/2012
LOCAL: BAR DE TIA DEDÉ, SÃO CAETANO (1º ponto de ônibus sentido Largo do Tanque-São Caetano, no chamado pé da ladeira)
HORA: 13h às 17h
DE GRÁTIS


segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Um ano QUEM É DOIDO?

Sempre digo que uma segunda-feira após um domingo de rock exorcizante é diferente. Como se não bastasse a ressaca de costume, rola uma incômoda dor no pescoço que me recorda o fato de não mais possuir 18 anos de idade. Mas, obviamente, não seria rock exorcizante se não espantasse os demônios do tempo. Pois bem, o referido exorcismo foi realizado no ascendente alternativo bairro de Plataforma, que mais uma vez mostra o poder da força de vontade de um bando de malucos viciados em subversão. 
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A primeira atração da festa que comemorava o primeiro ano da Quem é Doido? Vídeos foi a Inominável, cria do bairro. Com seu punk rock experimental característico fizeram uma apresentação bastante descontraída e instigante. Pena que a intensidade solar não motivasse o público, nem com os covers de Cólera e Psykóse, clássicos do punk rock nacional. Destaque para a postura sempre anárquica de Gil.


Logo em seguida o palco é tomado pela banda IronBound, banda crossover da cidade de Alagoinhas, que vinha com ótimas referências e naturais expectativas. Então pronto, se o negócio era superar expectativas, os caras 'chegaram chegando'. Sonzeira! Metal e hardcore de mãos dadas como pede um belo crossover old school. O público ficou animado, porém, o sol ainda castigava a moleira da galera. Covers do RDP e Sepultura (não lembro se rolou outro) fizeram com que ganhassem de vez a simpatia do público.

 
Chegada a hora de apreciarmos à fúria juvenil dos calungas locais da Sbórnia Social. Impressionante o rumo que a banda vai seguindo em sua evolução, hardcore rápido com uns enxertos criativos super-instigantes para quem curte este estilo. Covers bacanas também fizeram a festa da turma da poeira, RDP e Merda. Resenha rápida no estilo deles.


Com o sol ficando mais brando naquela tarde de Verão tipicamente nordestina, é chegada a hora do público presenciar o fim da Summer Thrash Tour 2012, empreitada da banda Lei do Cão, diretamente de Mossoró, RN. Banda posicionada, introdução da primeira canção, começa o frenesi e, ...uma corda do baixo quebra. Breve mobilização pra sanar o problema e pronto, energy drink em forma sonora. Os caras estavam com uma pegada de início de turnê, não de final. Além dos sons da banda, ainda executaram covers fudidos do Verbal Abuse, Discharge e DRI (a pedidos), lindo demais. Segundo eles, os 1.500 km rodados na caranga valeram a pena. Pra quem estava presente também.


Já era noite quando a banda Stinky Kalau subiu ao palco para encerrar o evento. O clima de final de festa era visível e depois de uma apresentação insana, segurar a onda era tarefa complicada. Mesmo com um público bem menor, a Stinky se apresentou com o tesão de sempre. A banda está cada dia mais entrosada, e investem forte em uma sonoridade carregada de elementos do hardcore nacional, do crossover NY, e do reggae. Vibrações positivas em uma praia suburbana pra encerrar. Por enquanto..


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Mangueirada pra aliviar a poeira e o calor da galera.




Fatos e fotos: Ecos da Periferia 
Exceto fotos Stinky Kalau: Quem é Doido? Vídeos